domingo, 23 de março de 2014

As nossas ambições

Hoje, enquanto me besuntava com valvulina no corpo depois da voltinha matinal, pus-me a reflectir (sim que isto de pensar é para o JJ e companhia – reflectir é mais filosófico… não! Não era sobre Pascal) sobre a evolução e retrocessos de ambições ou objectivos de um BTtista.
Se no início pensamos em fazer kms, e quantos mais fizermos melhor nos sentimos (isto em termos objectivos), passados uns tempos e com o melhorar da nossa forma física, começamos a pensar nos acumulados de ascensão, para de seguida entrarmos no campo da média horária. Agora, já se começa em falar em watts, mas por enquanto nem todos os dispositivos electrónicos dão essa informação… é uma questão de tempo.
Mas este processo não é exponencial nem constante, pois como desportistas domingueiros que somos, temos de uma forma geral, momentos onde falhamos um ou dois domingos e alturas onde o cansaço emocional está presente face à nossa semana de mais ou de menos trabalho, de mais paciência ou de falta dela para isto ou para aquilo que nos assola (como diz o grande filósofo César Nunes, “o que nos assola não são as coisas, mas a ideia que temos das coisas”), ou seja, fazemos grandes oscilações de forma, implicando desde logo com os nossos objectivos ou ambições.
 Se há três ou quatro semanas já estava a pensar na média horária, hoje desci à terra e estou na ambição de … deixa lá reflectir mais um pouco… de desfrutar. Pois é, desde o retorno ao mato (aconteceu a semana passada) entrei na fase do vamos lá dar uma voltinha porreira, fazer umas subidas e umas descidas espectaculares, e tentar chegar a casa sem moças. Mas, esta pequena ambição nem sempre é fácil de obter. Calma! Não fui eu que caí, nem tão pouco ninguém do nosso enormíssimo e gigantesco grupo. Podia ter sido… mas não foi. Nem eu, nem o Africano, nem o Carmelo… e desta vez também não foi o Nés. Mas qualquer um de nós já fez estas figuras, de tentar mostrar aos outros como se faz… ou sai lá da frente que eu digo-te como é que é.
E hoje enquanto descíamos as famosas lombas, num grupo que vinha atrás de nós houve um que tentou mostrar como é que se fazia e…esbardalhou-se todo, mesmo à minha frente. Calma, também não morreu nem partiu nada, felizmente. Aleijou-se um bocadinho, acho eu.
Se por um lado até me deu vontade de rir (por se ter armado em chico esperto – tentou-me passar numa zona cheia de calhaus), por outro fez-me pensar que já me aconteceu o mesmo e provavelmente poderá e irá acontecer mais vezes… é humano, está-nos no sangue. ”Macho que é macho não come mel, come as abelhas”, diz o grande filósofo Ricardo Rosa.

Conclusão da reflexão: Por grandes ou pequenas ambições que temos, não fugimos da nossa essência de latinos e mesmo quando definimos objectivos muito particulares e privados (“já estou numa fase de não ter que provar nada a ninguém”, pensamos nós) temos, por vezes, um momento onde acabamos por demonstrar a nossa fraqueza, quando no fundo queríamos mostrar o quanto somos “fortes”.