Hoje, enquanto me besuntava com valvulina no corpo depois da
voltinha matinal, pus-me a reflectir (sim que isto de pensar é para o JJ e
companhia – reflectir é mais filosófico… não! Não era sobre Pascal) sobre a
evolução e retrocessos de ambições ou objectivos de um BTtista.
Se no início pensamos em fazer kms, e quantos mais fizermos melhor nos sentimos (isto em termos objectivos), passados uns tempos e com o
melhorar da nossa forma física, começamos a pensar nos acumulados de ascensão,
para de seguida entrarmos no campo da média horária. Agora, já se começa em
falar em watts, mas por enquanto nem todos os dispositivos electrónicos dão essa
informação… é uma questão de tempo.
Mas este processo não é exponencial nem constante, pois como
desportistas domingueiros que somos, temos de uma forma geral, momentos onde
falhamos um ou dois domingos e alturas onde o cansaço emocional está presente
face à nossa semana de mais ou de menos trabalho, de mais paciência ou de falta
dela para isto ou para aquilo que nos assola (como diz o grande filósofo César
Nunes, “o que nos assola não são as coisas, mas a ideia que temos das coisas”),
ou seja, fazemos grandes oscilações de forma, implicando desde logo com os nossos objectivos ou ambições.
Se há três ou quatro
semanas já estava a pensar na média horária, hoje desci à terra e estou na
ambição de … deixa lá reflectir mais um pouco… de desfrutar. Pois é, desde o
retorno ao mato (aconteceu a semana passada) entrei na fase do vamos lá dar uma
voltinha porreira, fazer umas subidas e umas descidas espectaculares, e tentar
chegar a casa sem moças. Mas, esta pequena ambição nem sempre é fácil de obter.
Calma! Não fui eu que caí, nem tão pouco ninguém do nosso enormíssimo e
gigantesco grupo. Podia ter sido… mas não foi. Nem eu, nem o Africano, nem o
Carmelo… e desta vez também não foi o Nés. Mas qualquer um de nós já fez estas
figuras, de tentar mostrar aos outros como se faz… ou sai lá da frente que eu
digo-te como é que é.
E hoje enquanto descíamos as famosas lombas, num grupo que
vinha atrás de nós houve um que tentou mostrar como é que se fazia e…esbardalhou-se
todo, mesmo à minha frente. Calma, também não morreu nem partiu nada,
felizmente. Aleijou-se um bocadinho, acho eu.
Se por um lado até me deu vontade de rir (por se ter armado
em chico esperto – tentou-me passar numa zona cheia de calhaus), por outro fez-me
pensar que já me aconteceu o mesmo e provavelmente poderá e irá acontecer mais
vezes… é humano, está-nos no sangue. ”Macho que é macho não come mel, come as
abelhas”, diz o grande filósofo Ricardo Rosa.
Conclusão da reflexão: Por grandes ou pequenas ambições que
temos, não fugimos da nossa essência de latinos e mesmo quando definimos objectivos muito particulares e privados (“já estou numa fase de não ter que
provar nada a ninguém”, pensamos nós) temos, por vezes, um momento onde
acabamos por demonstrar a nossa fraqueza, quando no fundo queríamos mostrar o
quanto somos “fortes”.